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Artista francês homenageia Brumadinho em obra de arte

Afim de homenagear as vítimas no desastre de brumadinho, o artista francês Saype criou uma obra de arte em solo brasileiro para concientizar a todos.

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Há três anos e meio, quando o rompimento da barragem de mineração da Vale matou 272 pessoas em Brumadinho, Grande BH, muitas famílias não só sentiram a dor excruciante da perda repentina, mas o que poderia ter acontecido com seus pais, mães. , irmão. Logo, dias, meses ou anos depois, os corpos começam a ser encontrados. Nesse cenário, o artista francês Guillaume Legros criou uma pintura gigante com tinta biodegradável em um campo de futebol no bairro do Córrego do Feijão.

Usado para pouso de helicóptero e armazenamento do corpo da vítima em 2019. Agora, os braços entrelaçados pintados pelo artista plástico Saype formam uma “corrente” humana e tentam recriar um ambiente onde o trauma da tragédia começa a se infiltrar no país e na memória dos moradores da História. Sendo um grande abraço coletivo com a comunidade, o que aconteceu em agosto de 2022.

A passagem de Saype pelo Rio de Janeiro

Uma pintura na areia da praia de Copacabana e outra no campo de futebol próximo ao Morro do Zinco, com tinta biodegradável, confirmam a mensagem do artista francês Saype. Um símbolo inédito de união nacional e sustentabilidade na América Latina, estreando no Rio de Janeiro. A segunda etapa da performance será realizada em Brumadinho, Minas Gerais. No coletivo, o artista se reuniu com lideranças como o vice-prefeito da Zona Sul.

A pintura faz parte do projeto Beyond Walls, que mostra as mãos entrelaçadas, um forte símbolo de união. Saype pretende levar seu projeto para 30 cidades ao redor do mundo, sendo Brumadinho a 16ª. No Brasil, a Saype também está no Rio de Janeiro. As ações do Sepe em Brumadinho ajudaram o mundo a conhecer a história dessa tragédia.

O artista também deixou uma mensagem de apoio às famílias das vítimas. “Espero que minha arte possa ajudar a família aqui, para que você possa seguir em frente e ver um futuro feliz novamente. Seguir em frente não é esquecer. Há uma lembrança, que fique em seu coração e faça você ansiar por um futuro cheio de esperança e um futuro feliz”, disse ele.

A iniciativa dessa obra de arte

Com essa iniciativa, Brumadinho se junta a uma lista de 30 cidades ao redor do mundo escolhidas pelo artista e deixou sua marca no projeto Além dos Muros, que começou em 2019, a ser concluído em 2023. A Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi o primeiro local do Brasil a receber a intervenção. Outro trabalho sobre o mesmo tema foi feito no Instituto Heitor Carrilho, do Serviço Penitenciário Nacional, próximo ao Moroduzinco, na região central do Rio.

Lá, o artista também jogou bola com os moradores. Segundo Saype, o objetivo do projeto é criar um “símbolo de maior conexão humana, permitindo que as pessoas mais importantes do mundo encontrem soluções globais para os problemas humanos”. O artista reconhece a importância da mina, mas, por outro lado, enfatiza a preocupação com as normas ambientais.

O projeto de lei e iniciativas públicas

A viagem de Saype a Brumadinho é uma iniciativa promovida pelo Legado de Brumadinho, projeto idealizado pela AVABRUM (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão) para lançar um amplo plano de ação que inclui capacitação, comunicação, advocacia e divulgação de notícias para que tais tragédias não se enredem na agenda global.

A presidente da AVABRUM, Alexandra Andrade, leu o texto para o projeto de lei. “Temos uma batalha a travar. Temos 4 pessoas para conhecer: Cristiane Antunes, Maria de Lourdes, Natalia Oliveira e Tiago Tadeu. Essas famílias precisam cuidar de seus entes queridos e fazer um descanso simbólico”. O texto pede por justiça.

“É nojento esperar 3 anos e meio e não ver as pessoas que deixaram 272 pessoas morrerem, se afogarem na lama e serem enterradas vivas de maneiras horríveis” Andrade acrescentou que a compensação publicitária da Vale é repugnante. “Segundo o Ministério Público de Minas Gerais, a morte não pode ser reparada e nunca mais teremos uma família completa, porque poderia ter sido Crimes evitados. Vale e Tüv Süd devem ser responsabilizados”.

Deu resultado!

As mobilizações parecem dar resultado pouco a pouco, felizmente! Por exemplo, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve as leis estaduais de Minas Gerais, Pará e Amapá que regulamentam os custos de controle, fiscalização e fiscalização da pesquisa, lavra, exploração e desenvolvimento dos recursos minerais .

Com a decisão de arquivamento dessas ações, acredita-se amplamente que os estados têm o direito de cobrar taxas para realizar atividades de fiscalização (poder de polícia) e que uma base de cálculo fixa está em consonância com o princípio constitucional da proporcionalidade. Entende-se que, dadas as memórias recentes dos casos de Mariana e Brumadinho, é aconselhável não reagir à tragédia apenas quando ela ocorrer.

As taxas permitem que os estados exerçam poderes de polícia sobre atividades que têm autoridade constitucional comum com a União, que a Suprema Corte reconheceu como constitucional. Desse modo, muito além do lucro em cima das mineradoras, objetivo é observar suas atividades mais de perto e garantir que elas ajam de forma ecológica e responsável. 

Outras homenagens e artes para Brumadinho

O caso gerou muita comoção nacional e não caiu no esquecimento até hoje, então é claro que houve outras mobilizações. Entretanto, nem todas as iniciativas foram bem recebidas: A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) ordenou a instalação de um outdoor em Brumadinho, no interior de Minas Gerais, com uma mensagem elogiando a indústria de mineração da região.

É claro que a iniciativa da Fiemg provocou revolta não só dos moradores de Brumadinho, que foram obrigados a suportar os efeitos do acidente até hoje, mas também das autoridades locais. A instalação dos outdoors coincide com uma série de locais onde se realiza o luto dos mortos no dia 25 de cada mês, o que não contribuiu para a imagem da empresa.

A revolta da população foi tão grande que a Fiemg até pediu desculpas por instalar a placa na cidade e disse que as ideias da campanha foram exibidas em outdoors eram incentivar a prática segura da mineração, o que não convenceu muitas pessoas. A empresa reforçou sua solidariedade com as vítimas do rompimento da barragem e suas famílias.