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Família: Pesquisa traça perfis de comportamento dos novos pais brasileiros

O perfil dos pais brasileiros tem mudado em função da geração Z, mais conscientes acerca de questões de gênero, empatia, sustentabilidade e outros. Confira.

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A sociedade vem evoluindo desde sempre. Assim, antigos conceitos e idéias vão sendo deixados para trás e novos comportamentos vão surgindo, seja no governo, no estado, no meio social ou na família, tudo evolui com o passar dos anos. Mas, poucas mudanças foram tão fortes quanto na atual geração de jovens e dos pais. Atualmente, a tecnologia domina todo o mundo e a vida virtual, ocupando um espaço como nunca havia sido visto antes.

Novos paradigmas foram estabelecidos na forma de viver dos jovens e crianças, e por consequência, também no comportamento dos pais. Em meio a essa mudança trazida pela tecnologia e o acesso instantâneo à informação e uma sociedade em mudança e que vem buscando igualdade em temas delicados, como sexualidade, uma pesquisa trouxe um panorama dessa situação e da visão deles em relação à educação e criação dos filhos.

O Retrato da Paternidade no Brasil

Com o Dia dos Pais chegando no mês de agosto, a empresa Boticário criou esse estudo conduzido pela Grimpa, para um retrato da paternidade no Brasil, buscando mostrar a visão dos pais atuais em relação ao impacto que eles têm na educação dos seus filhos. Revelando a forma como eles enxergam as mudanças e transformações nesse mundo contemporâneo. 

Foram ouvidos mais de mil novos pais em todas as regiões do Brasil. E eles precisaram falar o que pensavam sobre ideias concebidas no passado e pelas quais muitos deles passaram na sua infância. Assim, ficou claro que muitos paradigmas estão sendo deixados de lado, principalmente as falas ou imposições de acordo com o sexo da criança.

Os dados mostram uma mudança de pensamento

Por exemplo, termos e pensamentos comuns na educação de crianças no passado, estão sendo cada vez mais deixados de lado. Assim, frases como “menino não chora” e “seja homem” tem passado por uma queda de uso absurda. No primeiro caso, a redução foi de 50%, enquanto o segundo caso teve 36%.

Ou seja, termos de afirmação que eram usados no passado, estão sendo deixados de lado em meio a uma nova forma de criar os filhos. Outro ponto que tem caído bastante é o velho “faça o que eu digo e não faça o que eu faço”. Afinal, a pesquisa também revelou que 56% dos pais entrevistados acreditam que é importante ser um exemplo para os seus filhos e família.

Família, Valores e respeito também ficam em foco

Outro ponto muito abordado pelos pais é a forma como se relaciona com os seus filhos. Buscando levar ensinamentos e transmitir os seus princípios de respeito, com cuidados em relação a reprodução de expressões ligadas a gênero. Bem como pontos como assédio, respeito e aceitação do lugar de cada um na sociedade.

Entre os entrevistados, 69% já relatam manter diálogo com os seus filhos entre as diferenças sociais estabelecidas entre homens e mulheres, bem como a importância que elas sejam cada vez mais minimizadas. Por fim, quando se trata de manter uma conversa aberta com seus filhos, eles também estão preocupados em participar das atividades diárias dos seus filhos e na formação da sua educação. Dessa forma, buscando estabelecer uma mudança de comportamento social por meio da paternidade.

Caminhos para uma nova visão de paternidade

A pesquisa buscou não apenas traçar os perfis dos pais brasileiros, mas também mapeou os principais desafios e caminhos para que essa nova paternidade possa ser consolidada. Pois, ela busca ser mais participativa, estabelecendo uma relação mais afetiva e de amor, onde os pais servem como base de exemplo para os seus filhos. Essa transmissão de valores é tão importante, que 62% dos entrevistados mencionaram que o pai é a figura masculina mais importante para os filhos.

Essa opinião é tomada justamente com base nessa transmissão e ensinamentos, que é feito pelos pais, para toda a vida. Por fim, as crenças de que os valores transmitidos devem ser aprendidos e respeitados vai além, pois 57% deles afirmam que a educação recebida por eles e transmitida aos seus filhos deve ser passada da mesma forma para novas gerações no que se diz respeito à educação, amor e respeito. Pois, esses princípios básicos não se alteram ao longo do tempo.

O envolvimento emocional vem sendo cada vez maior

Entre os pais entrevistados, 62% deles afirmaram que quando se trata de conexão e afeto, costumam ser bastante atenciosos. Assim, sempre que possível costumam beijar, abraçar e fazer carinho nos seus filhos. Ao mesmo tempo, 59% deles afirmaram dialogar sobre as escolhas e consequências das mesmas. Por fim, 57% afirmam ser amorosos e encorajadores por meio de falas e frases diárias.

Assim, os dados mostraram uma maior participação e envolvimento dos pais para com a criação dos seus filhos. Porém, 25% de todos os envolvidos na pesquisa declararam não falar sobre a educação dos filhos com outras pessoas. Sendo que 68% desses afirmam que não sente a necessidade, enquanto outros 32% não se sentem à vontade para isso.

Por fim: É preciso buscar um equilíbrio entre ideias estabelecidas e valores

A manutenção de ideias e comportamentos do passado sendo transmitidos para gerações futuras no mundo de hoje, é um misto de positividade e preocupações. Afinal, questões de gênero, espaço igual da mulher na sociedade e muitas outras questões ainda sofrem com a visão de pessoas ultrapassadas e que não aceitam essas mudanças da sociedade atual.

O ponto positivo fica por conta de que o estudo mostra uma preocupação real dos novos pais em construir um legado positivo e de consciência para os seus filhos. Enquanto isso, o ponto negativo fica por conta de que apenas 27% dos pais afirmam querer seus filhos felizes se isso for contra as suas ideais e visões de mundo.

Ou seja, podemos concluir que a paternidade vem passando por uma evolução. Os pais estão cada vez mais presentes, participativos na construção da família e em ser um exemplo para os filhos. Entretanto, quando vemos que apenas 27% aceitam seus filhos felizes indo contra suas ideias, fica claro que ainda há muito a melhorar no que diz respeito à aceitação, sexualidade e gênero. Mas, aos poucos está se caminhando para uma sociedade mais evoluída nesse aspecto.